Após balanço, setor de panificação revela faturamento de R$ 91,94 bilhões em 2020. Apesar do montante significativo, diante de uma crise econômica, o valor representa uma queda de -3,3% em comparação ao ano de 2019.
Apesar do faturamento bruto apresentar queda após 13 anos consecutivos de crescimento, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), Paulo Menegueli, avalia com uma dose de otimismo os números, após uma grande recessão.
“Apesar do ano de 2020 ter sido marcado pela pandemia do novo coronavírus, com diversos decretos de suspensão de atividades, restrições aos atendimento presenciais, e uma crise econômica e social que atingiu de norte a sul o país, a Abip avalia que o setor conseguiu minimizar os grandes efeitos colaterais da crise, frente aos demais segmentos. Com expertise, integração, associativismo e criatividade a panificação brasileira se reinventou, segurou ao máximo as demissões e não deixou de inovar”, frisou.
O presidente lembrou que o impacto da pandemia na economia brasileira atingiu desde o pequeno panificador até o grande industrial. “O atual cenário político, econômico, social e de saúde pública tem exigido do setor de panificação e confeitaria uma nova adaptação e reposicionamento no mercado, com uma estrutura mais ágil, integrada e enxuta”, avaliou o presidente da Abip, Paulo Menegueli.
Após análise do estudo realizado pelo Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) a Abip constatou que o mercado está vivendo um momento de recuperação gradativa e com novos hábitos de consumo.
“Olhamos para 2021 com otimismo e acreditando na retomada da economia e do faturamento do setor de panificação. Por meio de um planejamento estratégico transparente e envolvendo os estados brasileiros, a Abip tem se concentrado em dialogar, conectar e integrar o setor de panificação e confeitaria. Entregar o pão de qualidade a população brasileira tem sido sua motivação e o fortalecimento das padarias no mercado é um dos seus focos principais, assim como a expansão e a modernização das entidades de panificação”, finalizou Paulo Menegueli, presidente da associação.
Saiba mais: https://www.abip.org.br/site/indicadores-da-panificacao-e-confeitaria-em-2020/
Os dados da panificação apontam que de 2012 a 2018 houve uma evolução dos produtos de fabricação própria na composição do faturamento em padarias. Já os anos de 2019 e 2020 apresentaram queda. Os produtos de revenda em padarias seguiram o caminho contrário, apresentando em 2020 crescimento de 23,21%, contra uma queda média de vendas da produção própria de -10,49%.
Com a pandemia do novo coronavírus, a circulação de pessoas nas ruas foi reduzida e, consequentemente, a frequência nas padarias caiu. Porém, muitos consumidores passaram a visitar as padarias e confeitarias para realização de compras mais elaboradas. Levando para casa os produtos tradicionais como pães e bolos, mas, também, frutas, torradas, bebidas, embutidos, descartáveis, entre outros.
Com isso, a pesquisa 2020 do ITPC revelou que o fluxo de clientes nas padarias teve uma queda brusca de 2019 para 2020 de -15,36%. Nos anos anteriores as variações eram de até 4,2% para mais ou para menos. Em contrapartida, o ticket médio cresceu 14,25%, puxado pelo aumento dos produtos de revenda e valor dos produtos panificados.