A Abip (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria) se posiciona contrária a decisão da CTNBio, que aprovou, hoje (11), a liberação comercial do pedido de importação de farinha de trigo geneticamente modificada no país.
Para o presidente da Abip, Paulo Menegueli, essa medida segue na contramão do compromisso da indústria de respeitar e pensar no consumidor, que busca, cada vez mais, a saudabilidade e que tem se posicionado contra o trigo transgênico.
A Abip também lamenta a decisão da Comissão Técnica Nacional em Biossegurança, pois acredita que não se pode ignorar os possíveis impactos dessa decisão sobre as exportações brasileiras, já que há uma forte rejeição do mercado internacional sobre a utilização de farinha de trigo transgênica. O Brasil passará a ser conhecido como o primeiro país a fazer tal aprovação no mundo.
“A Abip junto com entidades co-irmãs fez várias tentativas de sensibilizar o poder público e sempre deixou clara a sua decisão sobre os riscos e desejos do consumidor e os impactos para a economia brasileira. Não há benefícios evidentes às pessoas, que motive a utilização de trigo geneticamente modificado no Brasil”.
O presidente Menegueli informou que vai solicitar à Casa Civil da Presidência da República a convocação imediata do Comitê Nacional de Biossegurança, para que seja analisada, de forma mais abrangente, o impacto da presença de trigo transgênico da Argentina sobre o mercado brasileiro.
União de panificadores
Data marcada: no próximo dia 25 de novembro haverá reunião presencial, em Salvador, com sindicatos, cooperativas, associações e institutos para tratar o assunto de forma especial.
Segundo o presidente da Abip, as entidades de panificação vão se mobilizar para boicotar qualquer compra, produção e distribuição do trigo transgênico nas mais de 70 mil padarias espalhadas de Norte a Sul do país. “A decisão é prejudicial para o setor de Panificação e Confeitaria. Não podemos nos conformar”, ressaltou Menegueli.